O vice-presidente da Fundação de Desenvolvimento da Criança e do
Adolescente (Fundac), Isaac Venerando, prestou depoimento à Polícia
Civil na quinta-feira (29) sobre a morte de um monitor do Centro
Educacional do Jovem (CEJ) e os últimos episódios envolvendo as fugas de
dois internos e rebeliões na unidade, que fica em João Pessoa. De
acordo com o delegado Nélio Carneiro, que instaurou inquérito para
apurar os casos, um dos objetivos do interrogatório é saber como os
internos tinham acesso a drogas e telefones celulares. Cerca de 20
pessoas devem ser ouvidas ao longo do procedimento. O conteúdo do
depoimento não foi divulgado pelo delegado.
(Correção: inicialmente, esta reportagem informou que Isaac
Venerando seria ex-diretor do CEJ, mas ele é vice-presidente da Fundac. A
informação foi corrigida às 9h12 desta sexta-feira).
Ainda conforme Nélio Carneiro, a polícia investiga se houve
facilitações por parte do diretor ou de monitores que acompanham os
jovens, além das circunstâncias que culminaram na fuga de dois internos.
O inquérito será encaminhado ao Ministério Público da Paraíba, à Vara
da Infância e Juventude e à Fundac, que é responsável pela administração
do CEJ e do Centro Educacional do Adolescente.
O último episódio registrado no CEJ foi uma rebelião ocorrida no dia 7
de março. De acordo com a Polícia Militar, o tumulto teria começado após
uma briga entre facções rivais. Dez internos identificados como
responsáveis pela confusão foram transferidos para o Presídio do Roger.
Antes, no dia 1º de março, dois internos fugiram quando voltavam de uma
consulta médica. Um grupo de criminosos teria rendido os funcionários do
órgão que estavam no carro, soltado os internos e depois disparado
tiros. Um monitor morreu.
Menos de uma semana depois, o Diário Oficial do Estado publicou a
exoneração do diretor do CEJ. “A mudança de direção foi feita porque
necessitávamos de medidas enérgicas para essa unidade. Com a nova
direção nós buscamos aliar segurança e direitos humanos”, disse
Cassandra Figueiredo, presidente da Fundac. Para o cargo foi nomeado um
capitão da Polícia Militar, sob a justificativa de que seria necessário
ter uma pessoa ligada à segurança dirigindo o Centro.
fonte: G1 Paraíba
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