sexta-feira, 23 de março de 2012

Veja como era o roteiro do tráfico de drogas no Sertão da PB, vídeos

Um dia após a operação policial que desarticulou um esquema de tráfico de drogas que funcionava no Presídio Regional Romero Nóbrega em Patos, no Sertão da Paraíba, foi oficializada a exoneração do diretor da unidade que foi preso por suspeita de envolvimento no crime. A demissão de Demetrius Dias Mendonça foi publicada na edição desta quinta-feira (22) do Diário Oficial do Estado. Também foi publicada a nomeação de Jardson Silva Bezerra como novo diretor. Durante a Operação Hidra, a polícia cumpriu 23 mandados de prisão.
Demetrius e mais oito presos em Patos, inclusive outros três funcionários do presídio, foram transferidos para o presídio de segurança máxima PB1, em João Pessoa, na noite de quarta-feira (21). O diretor e os demais servidores suspeitos de envolvimento deverão apresentar defesa em um inquérito administrativo e também em investigações que já foram instauradas pela Polícia Civil em parceria com o Ministério Público da Paraíba.
Logo após as prisões, a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) anunciou que faria mudanças na direção do Presídio Regional de Patos. O novo diretor Jardson Silva Bezerra assumiu o cargo ainda na quarta-feira. “"É lamentável que essas pessoas, todas contratadas por concurso público tenham se deixado seduzir e se envolver em atitude ilícita”, disse o secretário Harisson Targino sobre o envolvimento do diretor no esquema de tráfico de drogas.
O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários da Paraíba (Sindescap), Manuel Leite de Araújo, garantiu que será dado todo suporte jurídico aos agentes presos por suspeita de tráfico no presídio de Patos. "Estamos informando às famílias dos agentes suspeitos de envolvimento com o tráfico que o adovgado do sindicato está disponível. Iremos prestar todo apoio possível a categoria", comentou Manuel Leite. Ainda segundo Manuel, o ex-diretor do presídio, Demetrius Dias, que também é agente, deverá ter um advogado particular na constituição de sua defesa.
"Nós do sindicato vamos esperar a conclusão do inquérito policial. Vimos em muitos casos agente serem acusados de ilegalidades e no final das contas serem inocentados, precisamos agir com cautela antes de fazermos juízo de valor", ressaltou o presidente do Sindescap. Se confirmadas as suspeitas, os agentes envolvidos passarão por um inquérito administrativo para então serem excluído da quadro de servidores do estado.
A Operação Hidra foi realizada com a participação de cerca de 250 policiais civis e militares, que fizeram buscas nas cidades de Patos, São Bento, São José de Piranhas e Teixeira, na Paraíba, além de São José do Egito, em Pernambuco. Ainda houve apoio das polícias Federal e Rodoviária e da polícia de Pernambuco.

Como funcionava o esquema

Conforme a polícia, a organização criminosa atuava distribuindo drogas originárias da Bolívia e do Paraguai para cidades da Paraíba e de Pernambuco. De acordo com o delegado do Grupo de Operações Especiais, Rodolfo Santa Cruz, o esquema seria comandado por dois irmãos presidiários de Patos, com a conivência e facilitação do ex-diretor e do então diretor do Presídio Regional Romero Nóbrega, além da participação de cinco agentes penitenciários.
A polícia e o Ministério Público também apuram o uso de carros oficiais da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) na escolta de presos do regime fechado, que teriam sido levados por funcionários de presídios para administrar o tráfico junto a grupos criminosos em bairros. Ainda é investigada a participação de pessoas em São Paulo, Rio Grande do Norte e Pernambuco.

Envolvidos sofriam atentados, diz polícia

De acordo com as Polícias Civil e Militar, o grupo também atuaria nas execuções de pessoas que tentavam denunciar o esquema. Uma das vítimas seria um detento preso na Operação Laços de Sangue. Ele foi detido no Rio Grande do Norte e supostamente integrava grupos de pistoleiros comandandos por famílias do Sertão paraibano.
O presidiário morreu no dia 7 de outubro de 2011, durante um incêndio na enfermaria do Presídio Regional de Patos. A Secretaria de Segurança e Defesa Pública da Paraíba determinou a abertura de uma sindicância para apurar se o incêndio foi criminoso ou acidental, porém o resultado não foi divulgado.
No mesmo mês, o então diretor do mesmo presídio onde aconteceu o incêndio sofreu um atentado e teve o carro atingido por mais de dez tiros. Na época, a Polícia Civil afirmou que a tentativa de homicídio tinha relação com a Operação Laços de Sangue, porém a Segurança Pública apura o envolvimento de um ex-diretor no esquema de facilitação de tráfico de drogas.

Conheça o roteiro do tráfico de drogas. Assista a abaixo o vídeo






fonte: É Sertão com  G1PB  e TV Cabo Branco

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