Os professores da Universidade Federal da Paraíba e da Universidade
Federal de Campina Grande vão paralisar suas atividades na próxima
quinta-feira (17).
O movimento é uma resposta ao não acordo com o
Governo Federal no processo de negociação da pauta específica da
categoria e na pauta geral dos servidores públicos federal, na campanha
salarial 2012.
A paralisação foi decidida na sexta-feira passada (13/04), durante
uma assembleia geral da categoria, em Campina Grande, que aprovou uma
indicação setor das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes), do
Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior -
ANDES-SN.
Os professores avaliam que sem ampliar a mobilização
da categoria, realizar paralisações e aprovar um indicativo de greve, o
Governo Federal não mudará sua postura diante das reivindicações da
categoria, como o cumprimento do acordo emergencial assinado em 2011
entre o Ministério do Planejamento e Gestão e os professores, que
estabeleceu um processo de negociação da reestruturação da carreira de
professor federal, a incorporação de gratificações e uma reposição
salarial de 4% que deveria começar a ser paga em março.
Além do
Campus de Campina Grande, as paralisações também foram aprovadas por
ampla maioria em reuniões da diretoria da ADUFCG com os professores nos
campi da UFCG em Cuité, Sumé, e Pombal.
A paralisação do dia 25
de abril foi convocada pelo Fórum Nacional das Entidades dos Servidores
Públicos Federais, em defesa da pauta unificada dos SPF. Os professores
da UFCG decidiram que a participação da categoria nesta paralisação
deverá acontecer com a suspensão das aulas, realização de arrastões nos
campi, como também de atividades de debate sobre a pauta local. Neste
dia, as demais categorias dos servidores também deverão suspender as
atividades em todo o país.
Os servidores federais apresentaram ao
Governo uma pauta unificada que em sete eixos básicos e um índice de
reposição salarial de 22,08%, que inclui a inflação dos anos de 2010 e
2011 e mais a variação do Produto Interno Bruto neste período.
Paralisação da UFPB
Os
professores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) se reúnem em uma
rodada de assembleias esta semana para avaliar a proposta de indicativo
de greve para o dia 15 de maio. Na terça-feira (17), o debate acontecerá
nos campi de Bananeiras (9h30) e Areia (15h). Já na quarta-feira (18), a
assembleia será no campus I, em João Pessoa, no auditório 412 do CCHL
(Centro de Ciências Humanas e Letras), às 9h. Na quinta-feira (19/04),
os professores aderem ao dia de paralisação nacional e participam de
atividades organizadas pela Adufpb (Sindicato dos Docentes da UFPB).
O
indicativo de greve e a paralisação fazem parte do calendário de
mobilização aprovado na última reunião do Setor das Federais do Andes-SN
(Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior),
nos dias 29 e 30 de março. A medida é uma resposta ao governo federal,
que vem se mostrando intransigente durante as negociações para
reestruturação da carreira de professor federal.
No ano passado,
as entidades que representam os professores formaram um Grupo de
Trabalho (GT) com os ministérios do Planejamento e da Educação com o
objetivo de discutir propostas de mudança na carreira. O GT foi um
compromisso assumido pelo governo durante as negociações que terminaram,
no dia 26 de agosto, em um acordo salarial prevendo incorporação das
gratificações Gemas (do Ensino Superior) e GEDBT (do Ensino Básico,
Técnico e Tecnológico) ao Vencimento Básico (VB). Garantia também
reajuste de 4% sobre o VB (já incorporadas as duas gratificações) e
sobre a Retribuição de Titulação (RT).
O debate sobre carreira
foi suspenso no fim do ano passado e retomados dia 28 de março. Causando
indignação aos representantes das entidades de professores, a equipe da
Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento
iniciou a reunião sem ter o que dizer e não apresentou uma proposta de
retomada das negociações em torno da carreira, iniciadas no ano passado e
interrompidas pela incapacidade do governo em solucionar com agilidade a
vacância decorrente da morte do então chefe da SRT/MP, Duvanier Paiva.
A
segunda reunião aconteceu na última sexta-feira (13/04) e teve como
foco a possibilidade de unificação das carreiras do Magistério Superior
(MS) e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (Ebtt), como defende o
Andes. Enquanto o MEC sinaliza dificuldade em trabalhar com a ideia de
carreira única, por entender que há diferenças no perfil do professor do
MS e do Ebtt, o Sindicato Nacional argumenta que a divisão não faz
sentido, pois a atividade exercida é a mesma: todos são professores
federais.
Depois de três horas de discussões em torno da
unificação da carreira, ficou decidido que o assunto seria retomado no
início da próxima reunião, quando entidades e governo deverão apresentar
seus posicionamentos diante os argumentos apontados. O novo encontro
será no dia 19 (mesmo dia da paralisação nacional).
fonte: Portal da Correio
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