O Ministério Público da Paraíba (MPPB) quer que a Polícia Militar
pare com as investigações de crimes comuns que têm sido realizadas por
meio dos núcleos de serviço de inteligência.
O MPPB encaminhou
ao secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Cláudio Coelho Lima,
uma recomendação para que normatize, por meio de portaria, a atuação do
serviço de inteligência, ditando inclusive suas atribuições.
A
recomendação também faz um alerta: que as atribuições não podem ser
aquelas destinadas a investigações criminais comuns, inclusive através
de ações de campo ou de emprego de tecnologia/equipamento de qualquer
natureza para essa finalidade.
A provocação do Ministério Público
para que se manifestasse sobre o assunto foi feita pela Associação de
Defesa das Prerrogativas dos Delegados de Polícia da Paraíba (Adepdel),
ao constatarem um desvio de competência por parte da Polícia Militar,
que vem, por meio do serviço de inteligência, cometendo “usurpação de
função pública”.
O presidente da Adepdel, Cláudio Lameirão,
explica que a Constituição Federal versa sobre as atribuições de cada
política e investigações de crimes comuns cabem, exclusivamente, às
polícias Civil e Federal. “Provocamos o Ministério Público para que
colocasse ordem na Segurança Pública, para que cada polícia cumpre sua
finalidade, respeitando a competência das demais”, justifica Lameirão.
Lameirão
faz questão de informar que não tem nenhum problema com a Polícia
Militar e que tem muito respeito pelo trabalho que realiza com
legitimidade. “Entretanto, é preciso respeitar a competência de cada um e
as investigações de crimes comuns cabem à nós e não a eles
(militares)”, informa.
O documento do Ministério Público também
faz recomendações ao Comandante Geral da Polícia Militar e ao Corregedor
Geral no sentido de no prazo de 30 dias enviarem documento a todos os
núcleos onde existe o serviço de inteligência informando sobre sua
limitação quanto a investigações, que devem ser restritas aos crimes
militares.
PREJUÍZOO presidente da Adepdel
alerta que a “boa intenção” da Polícia Militar em solucionar crimes por
meio de investigações pode resultar em prejuízos para a sociedade.
“Primeiro, porque tira da sua função legítima os policiais militares;
segundo, porque investigações feita de maneira ilegal resultarão,
inevitavelmente, em falhas nos processos judiciais que culminarão com a
soltura de criminosos”, explica.
Lameirão disse ainda que existe
limitações em todos os órgãos púbicos e que isso não seria
justificativa para a “ajuda” que a PM está dando nas investigações. “Nós
temos uma formação diferenciada e recebemos treinamento especial para
exercer a função. Não tem como alguém exercer a mesma função sem passar
pelos mesmos prerrequisitos”.
Outro alerta feito pelo presidente
da Adepdel é quando às classificações de crimes, de acordo com os
códigos vigentes. “O suspeito de algum crime não pode ser levado para um
quartel de polícia porque não estamos na ditadura. Ele tem que ser
levado para a delegacia, onde serão feitos os procedimentos legais”,
afirma.
fonte: Portal da Correio
Esse representante da PC deveria trabalhar mais e falar menos!
ResponderExcluirAlém de não fazer nada, ainda quer impedir os outros de fazerem!