A Polícia Civil afirmou nesta segunda-feira (21) que detentos
transferidos em março do presídio regional de Patos para a penitenicária
de segurança máxima PB1, em João Pessoa, continuam chefiando o tráfico
de drogas da cidade no Sertão. Segundo o delegado Cristiano Jacques, que
coordenou a segunda etapa da Operação Hidra, auxiliares dos primeiros
investigados presos ainda atuam na distribuição de entorpecentes na
região, seguindo ordens que são repassadas pelos chefes de dentro das
celas.
"Se descobriu que, mesmo com a prisão dos líderes, outras pessoas
continuavam comercializando a droga. Os produtos apreendidos mostram
todo o poderio da organização e o perigo que ela representa. Hoje, mesmo
dentro do PB1, os presos continuam comandando o tráfico de drogas e a
polícia mostrou isso ao judiciário, que expediu os mandados de prisão
contra essas pessoas", explicou o delegado.
Em resposta ao comentário, o secretário estadual de Administração
Penitenciária, Washington França, explicou que está investindo em um
programa de contenção qualificada com aplicação de tecnologia nos
presídios, como detectores de metal, câmeras e outros equipamentos, além
de ações de inteligência.
Segundo o tenente coronel Arnaldo Sobrinho, gerente do sistema
penitenciário, os integrantes de organizações criminosas são monitorados
com apoio das Polícias Militar, Civil e Federal, mas as informações
provenientes dos serviços de inteligência não podem ser reveladas por
motivos de segurança.
"Outras operações acontecerão e o sistema penitenciário estará sempre
disposto a colaborar no que for possível. Quanto a possíveis desvios de
conduta de servidores, estamos cortando na própria carne, mediante
instauração de sindicâncias e inquéritos administrativos", explicou
Sobrinho.
Operação Hidra
A operação Hidra foi deflagrada em março com o objetivo de desarticular um esquema de tráfico que seria comandado por presos e teria o apoio de um diretor e funcionários do presídio de Patos. Na época, 23 suspeitos foram presos. Já na segunda fase da operação, nesta segunda-feira, oito pessoas foram alvos de mandados de prisão. O grupo foi encaminhado à delegacia de Patos para prestar depoimento e pode ser transferido ainda nesta semana para o PB1, em João Pessoa.
A operação Hidra foi deflagrada em março com o objetivo de desarticular um esquema de tráfico que seria comandado por presos e teria o apoio de um diretor e funcionários do presídio de Patos. Na época, 23 suspeitos foram presos. Já na segunda fase da operação, nesta segunda-feira, oito pessoas foram alvos de mandados de prisão. O grupo foi encaminhado à delegacia de Patos para prestar depoimento e pode ser transferido ainda nesta semana para o PB1, em João Pessoa.
Entre os detidos está um bacharel em Direito. Segundo a Polícia Civil,
ele se apresentava como advogado de detentos e seria responsável por
negociar com os diretores dos presídios para facilitar os pedidos dos
internos, como visitas em horários fora do habitual e até a entrada de
drogas. Além dele, também foram cumpridos mandados contra um homem e uma
mulher que já eram detentos das unidades de Patos
A operação foi realizada pela Polícia Civil, com o apoio da Polícia
Militar e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado
(Gaeco), do Ministério Público da Paraíba. Além das prisões, foram
apreendidos 3kg de crack, cerca de 200g de cocaína, maconha, um fuzil
762, um revólver calibre 38, munição,11 celulares e cheques, que
totalizam o valor de R$ 56 mil.
De acordo com o coronel José de Almeida Rosas, comandante do
Policiamento Regional II de Patos, o fuzil era de uso exclusivo das
Forças Armadas e sua presença entre as pessoas detidas fortalece as
hipóteses sobre o poder da quadrilha. Segundo ele, agora será
investigada a origem da arma e a quem ela pertenceria.
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