segunda-feira, 21 de maio de 2012

Detentos transferidos ainda chefiam tráfico em celas na PB, diz delegado

A Polícia Civil afirmou nesta segunda-feira (21) que detentos transferidos em março do presídio regional de Patos para a penitenicária de segurança máxima PB1, em João Pessoa, continuam chefiando o tráfico de drogas da cidade no Sertão. Segundo o delegado Cristiano Jacques, que coordenou a segunda etapa da Operação Hidra, auxiliares dos primeiros investigados presos ainda atuam na distribuição de entorpecentes na região, seguindo ordens que são repassadas pelos chefes de dentro das celas.

"Se descobriu que, mesmo com a prisão dos líderes, outras pessoas continuavam comercializando a droga. Os produtos apreendidos mostram todo o poderio da organização e o perigo que ela representa. Hoje, mesmo dentro do PB1, os presos continuam comandando o tráfico de drogas e a polícia mostrou isso ao judiciário, que expediu os mandados de prisão contra essas pessoas", explicou o delegado.
Em resposta ao comentário, o secretário estadual de Administração Penitenciária, Washington França, explicou que está investindo em um programa de contenção qualificada com aplicação de tecnologia nos presídios, como detectores de metal, câmeras e outros equipamentos, além de ações de inteligência.
Segundo o tenente coronel Arnaldo Sobrinho, gerente do sistema penitenciário, os integrantes de organizações criminosas são monitorados com apoio das Polícias Militar, Civil e Federal, mas as informações provenientes dos serviços de inteligência não podem ser reveladas por motivos de segurança.
"Outras operações acontecerão e o sistema penitenciário estará sempre disposto a colaborar no que for possível. Quanto a possíveis desvios de conduta de servidores, estamos cortando na própria carne, mediante instauração de sindicâncias e inquéritos administrativos", explicou Sobrinho.
Operação Hidra
A operação Hidra foi deflagrada em março com o objetivo de desarticular um esquema de tráfico que seria comandado por presos e teria o apoio de um diretor e funcionários do presídio de Patos. Na época, 23 suspeitos foram presos. Já na segunda fase da operação, nesta segunda-feira, oito pessoas foram alvos de mandados de prisão. O grupo foi encaminhado à delegacia de Patos para prestar depoimento e pode ser transferido ainda nesta semana para o PB1, em João Pessoa.
Entre os detidos está um bacharel em Direito. Segundo a Polícia Civil, ele se apresentava como advogado de detentos e seria responsável por negociar com os diretores dos presídios para facilitar os pedidos dos internos, como visitas em horários fora do habitual e até a entrada de drogas. Além dele, também foram cumpridos mandados contra um homem e uma mulher que já eram detentos das unidades de Patos
A operação foi realizada pela Polícia Civil, com o apoio da Polícia Militar e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba. Além das prisões, foram apreendidos 3kg de crack, cerca de 200g de cocaína, maconha, um fuzil 762, um revólver calibre 38, munição,11 celulares e cheques, que totalizam o valor de R$ 56 mil.
De acordo com o coronel José de Almeida Rosas, comandante do Policiamento Regional II de Patos, o fuzil era de uso exclusivo das Forças Armadas e sua presença entre as pessoas detidas fortalece as hipóteses sobre o poder da quadrilha. Segundo ele, agora será investigada a origem da arma e a quem ela pertenceria.

fonte: G1 Paraíba

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