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Em vistoria feita na noite de segunda-feira (17), fiscais da Vigilância Sanitária encontraram cerca de dez toneladas de batas, lençóis manchados, restos de curativos e tecidos sujos guardados em um galpão na periferia de Caruaru, a 130 quilômetros de Recife. O local estava vazio. A suspeita é que o material seja lixo descartado de hospitais dos Estados Unidos, porque os nomes das instituições estão bordadas em inglês nos tecidos. “Há fortes indícios de que seja lixo hospitalar, mas a gente vai mandar esse material para o Instituto de Criminalística para análise e verificar se essas as manchas nesses tecidos são de sangue e secreções, enfim, para confirmar”, diz Djair Ferreira, microbiologista.
O lixo estaria sendo comprado há quase dois anos por uma empresa que tem sede em Santa Cruz do Capibaribe e outras duas cidades do pólo têxtil do agreste de Pernambuco, um dos maiores do país. Os tecidos eram usados para fabricação de forros de bolso.
Essa foi a terceira empresa vistoriada pela Vigilância Sanitária desde sexta-feira (14). Em todas elas havia material muito semelhante ao apreendido no Porto de Suape na semana passada. De acordo com a Receita Federal, dois contêineres com 46 toneladas de lixo hospitalar foram importados dos Estados Unidos.
As apreensões provocaram medo entre os comerciantes que vão de Pernambuco e outros estados comprar tecidos em Caruaru e região. A Polícia Federal vai investigar se esse material foi levado para outras partes do país. O dono do negócio, Altair Teixeira de Moura, não foi encontrado. Para a Anvisa, ele descumpriu a lei que proíbe a importação de resíduos sólidos.Ele também vai responder por outros crimes, entre eles o de contrabando.
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Santa Cruz do Capibaribe (CDL) está preocupada. "Foi uma empresa isolada que está fazendo esse trabalho. São empresários do Ceará, que vieram para cá com essa prática criminosa, que é repudiada por todas os confeccionistas e autoridades de Santa Cruz. As medidas estão sendo tomadas", diz Bruno Bezerra, diretor da CDL. A Anvisa informou que vai ampliar a fiscalização do Pólo Têxtil de Pernambuco.
fonte: Jornal Hoje
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