quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Ex-funcionário revela esquema de sonegação fiscal da São Braz

Ele reside num bairro popular que fica na periferia de João Pessoa. É um profissional do volante e sempre viveu dessa atividade, como um simples trabalhador. Ele não é empresário, nem político e – portanto – não teria aparentemente nenhum motivo suficiente para vir a público denunciar uma indústria tão poderosa como a fábrica de produtos alimentícios e torrefação de café abrigada sob a marca São Braz, cuja central de distribuição fica na estrada de Cabedelo (km 13,2 do trecho urbano inicial da BR-230 – Rodovia Transamazônica).

O Grupo São Braz é constituído de várias empresas, entre as quais distribuidoras de automóveis Chevrolet, Fiat, Toyota, inclusive em outros Estados, além de repetidoras de TV do sinal da Rede Globo, na Paraíba.
No entanto, cansado de ver tantas fraudes, prática de sonegação fiscal e outras falcatruas que acabam lesando diretamente os cofres públicos, ou seja, o nosso dinheiro como contribuinte, ele decidiu partir para o ataque e procurou vários órgãos ligados ao setor de fiscalização, tanto estadual quanto federal, em vão. A POLITIKA revela, agora, com absoluta exclusividade, todos os meandros dessa história.
A explicação é simples: essa denominação serve perfeitamente para mascarar vendas feitas à margem da contabilidade oficial da referida empresa, disfarçando as mercadorias objeto de sonegação fiscal, cujos volumes os motoristas transportadores são orientados a entregar antes das demais, para se livrarem logo delas.
Jonas também disse que esses caminhões nunca são revistados pelos agentes do Fisco estadual, aparentemente orientados por determinação superior a fazerem vista grossa diante de todos os veículos de carga que saem da distribuidora instalada na estrada de Cabedelo, por volta das sete horas da manhã, diariamente.
"Basta ver o adesivo com a logomarca da São Braz, que os fiscais deixam passar tudo, sem nem ao menos pedirem apara o motorista parar a apresentar os documentos do carro ou as notas fiscais", declara a testemunha.
Receita Federal ignora denúncia
Mesmo com toda esta riqueza de detalhes, a queixa formulada por Jonas foi considerada infundada pela própria Receita Federal, forçando o denunciante a procurar outras autoridades, no caso, o Ministério Público, através de Procuradoria da República na Paraíba.
Aos 19 dias do mês de dezembro de 2008, nosso “peregrino denunciante” foi até o Núcleo de Atendimento ao Cidadão do Ministério Público Federal, instalado na Procuradoria da república na Paraíba, declarando ao responsável pelo setor, Leandro Moreira Pita, as mesmas coisas que havia feito antes – sem surtir nenhum efeito prático – inclusive detalhando as operações fraudulentas para confundir ou disfarçar a sonegação fiscal dos produtos comercializados sob a marca de salgadinhos Pippo’s de diversos sabores (churrasco, pizza, requeijão, milho, bacon, queijo, big-bola, etc), entregues para revendedores nas rotas cobertas pelos caminhões terceirizados no bairro do Geisel, na Capital e também nas cidades de Bayeux e Santa Rita.
Isso é muito estranho, até porque no dia 4 de fevereiro de 2009, Jonas recebeu um ofício de nº 107 assinado pela Coordenadora Jurídica do MPF em João Pessoa, Jodza Moura Medeiros, comunicando que o Termo de Declaração prestado por ele deu ensejo à peça de informação nº 1.24.000.000175/2009-76, distribuída ao procurador da República Rodolfo Alves Silva, por determinação do Procurador-Chefe da época, Yordan Moreira delgado.
TESTEMUNHA-BOMBA REVELA:
Ex-motorista conta como o esquema burla o Fisco Estadual
Por fim, já quase desistindo de procurar fazer Justiça por conta própria, na sua mera condição de cidadão comum, exaurido em inúmeras denúncias que acabaram não dando em nada – sem que ninguém saiba o porquê desse silêncio todo para abafar o caso em questão ou a razão plausível para que essas comprovadas práticas de sonegação fiscal tenham caído no esquecimento das autoridades – Jonas, o ex-motorista da São Braz, resolveu tentar buscar amparo no Estado, mais uma vez...
Agora, ele foi até a Delegacia de Crimes contra a Ordem Tributária da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, vinculada à Gerência Executiva de Polícia Civil Metropolitana, localizada no Centro Operacional do Distrito Industrial de João Pessoa (próximo à transportadora Rapidão Cometa).
Lá, no dia 10 de agosto de 2009, perante a bacharela Cléa Lúcia Gomes Pereira, titular da delegacia especializada e sua escrivã, onde repetiu as mesmas denúncias. Como se era de esperar, nada foi feito, deixando mais uma vez sem a devida apuração, a grave informação sobre suposta prática do crime de sonegação fiscal e evasão de receitas que deveriam ter sido recolhidas aos cofres públicos.
A reportagem completa na Revista POLITIKA que já está nas bancas.

fonte: Paraíba.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário