Em menos de cinco meses, o preço cobrado pelas autoescolas da Capital para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) subiu até 76,47%. Tendo como base as taxas estabelecidas em agosto do ano passado, segundo pesquisa do Procon-JP, a reportagem entrou em contato com oito empresas de João Pessoa e constatou que todas elas elevaram os valores. Além disso, foi registrado um alinhamento de preços entre sete delas, sendo cobrado R$ 700 para retirar a habilitação em uma categoria A ou B (moto ou carro, respectivamente) e R$ 900 para a carteira AB. A única autoescola que não pratica os mesmos valores das concorrentes cobra R$ 750 e R$ 950, respectivamente pela CNH.
O maior aumento (76,47%) foi registrado na autoescola Abrantes, que em agosto do ano passado cobrava R$ 425 pela habilitação da categoria A, e agora elevou o preço para R$ 750. Em relação à categoria B, os valores subiram de R$ 480 para R$ 750, registrando um aumento de 56,25%. A categoria AB foi aquela que teve o menor índice de aumento. Antes custava R$ 680 e neste ano está sendo cobrado R$ 950, ou seja, um incremento de R$ 39,71%.
O alinhamento de valores entre sete autoescolas fez com que o índice de variação de preços caísse de 29,4% para 7,14% neste mês (categoria A). O valor cobrado para tirar a habilitação para carro e moto (AB) atualmente varia 5,56%, enquanto o índice era de 17,6% em agosto do ano passado.
Segundo Paulo Abrantes, diretor da autoescola que registrou o aumento mais significativo, a justificativa para o reajuste está relacionada ao aumento no número de aulas e implantação do sistema de biometria. “O número de aulas práticas cresceu de 15 para 20 e tivemos que instalar a biometria para que o Detran tenha o controle das aulas realizadas”, afirmou.
O Procon-JP informou que o aumento dos preços ainda não pode ser analisado devido à recente mudança na gestão do órgão. Já o superintendente do Detran-PB, Rodrigo Carvalho, afirmou que o órgão de trânsito não pode interferir no preço de mercado praticado pelas autoescolas, mas ressaltou que o sistema de biometria acarretou novos gastos para as empresas.
“A implantação do sistema é um investimento alto, mas que pode ser suportado pelas autoescolas. Com a tecnologia conseguimos acompanhar precisamente que a carga horária dos alunos está sendo cumprida, o que não era possível anteriormente”, observou.
Além disso, o superintendente do Detran avaliou que a criação do programa Habilitação Social não tem qualquer relação com a elevação dos valores em relação ao ano passado. Entretanto, ele não informou os valores pagos pelo Governo do Estado às autoescolas por cada aluno do programa.
fonte: Portal da Correio
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