Na Paraíba, 622 pessoas contraíram hanseníase em 2011 de acordo com os dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES). O Estado é pioneiro em ações e políticas públicas de saúde voltadas para a reinserção social de pessoas atingidas pela doença e conta hoje com grupos de auto-ajuda em vários municípios, onde, além de receber informações sobre a doença, os pacientes são estimulados a desenvolver e participar de atividades econômicas que possam gerar renda. “Não é necessário apenas tratar a doença, temos que recolocar essas pessoas no mercado de trabalho”, disse Mauricélia Holmes, chefe do Núcleo de Doenças Endêmicas da Secretaria de Estado da Saúde.
O tratamento e acompanhamento ao paciente portador de hanseníase podem ser feitos com a ajuda de uma das 1.231 equipes de Saúde da Família existentes no Estado, além do hospital de referência, que é o Clementino Fraga, em João Pessoa. A rede de atendimento estadual também dispõe do Centro Especializado de Dispensação de Medicamentos Excepcional (Cedmex), serviço que distribui gratuitamente os três medicamentos básicos a quem sofre desse mal: rifampicina, dapsona e clofasimina.
Durante este mês de janeiro – quando transcorrem o Dia Mundial do Hanseniano (24) e Dia Mundial de Combate e Prevenção da Hanseníase (29) – a Secretaria de Estado da Saúde (SES) tem reforçado a divulgação desses serviços e o esclarecimento do público em geral sobre a doença.
Tratamento – O tratamento da doença pode durar seis meses ou um ano, dependendo da quantidade de bacilos no paciente contaminado. “Quando o paciente é paucibacilar, ou seja, tem poucos bacilos, o tratamento dura seis meses e os remédios empregados são apenas dois: rifampicina e dapsona. Quando o paciente é multibacilar, com muitos bacilos, o tratamento dura um ano e são utilizados os três medicamentos”, explicou a chefe do Núcleo de Doenças Endêmicas, Mauricélia Holmes.
Nos casos em que é necessário internamento ou tratamento multiprofissional, como acontece com os pacientes atendidos por fisioterapeutas porque tiveram parte de seus movimentos limitados pela doença, os casos são encaminhados para o Hospital Clementino fraga.
Combate à doença – A Paraíba teve três municípios selecionados como prioritários pelo Ministério da Saúde para receber recursos destinados ao combate da hanseníase: João Pessoa, Campina Grande e Cajazeiras. Os municípios selecionados foram indicados pela portaria 2.556, de 28 de outubro de 2011 e receberão R$ 270 mil, desde que assinem o termo de compromisso e o plano de ações exigidos pelo Ministério da Saúde.
Os recursos serão repassados de acordo com a densidade demográfica de cada cidade e com o número de casos registrados de cada doença. “É importante que todos estejam empenhados em elaborar seus planos e possam receber esse recurso extra, que é muito bem vindo para garantir a segurança da saúde da população”, destacou a gerente executiva de Vigilância em Saúde (Gevs) Júlia Vaz.
Requisitos – As cidades que receberão os recursos para reforçar as ações de combate à hanseníase foram selecionadas de acordo com cinco critérios: as que possuem coeficiente de detecção maior que 20 para cada 100 mil habitantes, localizados nas áreas de maior risco conforme levantamento do Ministério da Saúde; as que estão fora da área de risco, mas que registraram 50 casos novos em 2010, sendo cinco deles em pessoas com menos de 15 anos; as capitais; as que estão em regiões metropolitanas com 50 casos novos registrados em 2010, sendo cinco deles em pessoas com menos de 15 anos; e as cidades que estão em Mato Grosso, Tocantins, Goiás, Pará, Maranhão e Rondônia, que são Estados de risco.
O que é – A hanseníase, conhecida oficialmente por este nome desde 1976, é uma das doenças mais antigas na história da medicina. A doença é causada pelo bacilo de Hansen, o Mycobacterium leprae, um parasita que ataca a pele e nervos periféricos, mas também pode afetar outros órgãos, como o fígado, os testículos e os olhos. Não é, portanto, hereditária.
O diagnóstico consiste, principalmente, na avaliação clínica, com testes de sensibilidade, força motora e palpação dos nervos dos braços, pernas e olhos. Exames laboratoriais, como biópsia, podem ser necessários.
Esta doença é capaz de contaminar outras pessoas pelas vias respiratórias, caso o portador não esteja sendo tratado. Entretanto, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a maioria das pessoas é resistente ao bacilo e não a desenvolve.
Aproximadamente 95% dos parasitas são eliminados na primeira dose do tratamento, já sendo incapaz de transmiti-los a outras pessoas. O tratamento dura até aproximadamente um ano e o paciente pode ficar completamente curado, desde que siga corretamente os cuidados necessários.
Sintomas – Com período de incubação que varia entre três e cinco anos, a primeira manifestação da doença consiste no aparecimento de manchas dormentes, de cor avermelhada ou esbranquiçada, em qualquer região do corpo. Placas, caroços, inchaço, fraqueza muscular e dor nas articulações podem ser outros sintomas.
Com o avanço da doença, o número de manchas ou o tamanho das já existentes aumenta e os nervos ficam comprometidos, podendo causar deformações em regiões, como nariz e dedos, e impedir determinados movimentos, como abrir e fechar as mãos. Além disso, pode permitir que determinados acidentes ocorram em razão da falta de sensibilidade nessas regiões.
fonte: Paraíba.com.br
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