Infância roubada pelas drogas, Daniel, 17 anos, viveu invisível 12 anos da sua vida, em um recanto do Brasil. Aos 13, teve seu 2º batismo. Desta vez, no tráfico. “Eles ‘dissero’: ‘Tu tem que matar esse boy aqui! Vai ser teu batismo no grupo da gente’. Quando entrei na casa, vi aquele cara algemado, no chão, chorando e dizendo: ‘Boy, num faça isso não, pelo amor de Deus! Eu tenho uma filha!’ Já ‘tava’ muito doido, drogado. Lembro que disse pra ele: ‘Quero saber de porra nenhuma, não!’ No começo, tive pena...quando ia desistir de matar ele, o ‘caba’ disse: ‘Apois, num serve pro grupo. A gente vai ter que te apagar’. Aí, eu falei: ‘Apois, é melhor ele do que eu’. Peguei a arma da mão dele e dei dois tiros na cabeça do cara”, revelou.
Após isso, Daniel ganhou outro nome: “Neguinho” e foi ferrado como bicho, com uma tatuagem: um “D”, que significa Diabo. Uma marca para identificar membros do grupo “Okaida”, de João Pessoa (alusão à organização terrorista islâmica Al-Qaeda). Todos os dias, garotos como ele estreiam no mundo do tráfico. Como no resto do Brasil, na Paraíba, principalmente em cidades da Região Metropolitana da Capital, meninos são “batizados” dessa forma cruel. São crianças pobres executando meninos miseráveis, como “passaporte” para ingressarem em facções. A 2ª reportagem da Série “Geração Perdida” fala sobre o batismo no tráfico e conta histórias reais de meninos como Daniel, que vivem no limite entre a vida e a morte.
fonte: portal da correio
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