sábado, 10 de novembro de 2012

Secretário é ameaçado por preso da Operação Squadre: 'Ele não pisará mais na Paraíba'


Uma operação deflagrada nesta quarta-feira (9) pela Polícia Federal desarticulou três milícias que agiam na Paraíba, responsáveis pelo extermínio de pessoas, segurança particular clandestina e extorsão a traficantes, assaltantes de banco e outros criminosos. Até às 21h, já haviam sido presas 39 pessoas, dentre elas 12 da Polícia Militar, 9 da Polícia Civil e um funcionário do Detran-PB que se dizia informante. Segundo o gerente executivo do Sistema Penitenciário da Paraíba, Arnaldo Sobrinho, os não oficiais irão cumprir pena no complexo de segurança máxima PB1, em Jacarapé. Já os oficiais irão cumprir pena na 3ª Cia de Cabedelo e no Centro de Ensino da Polícia Militar (CE).  

Os políciais deverão responder a processo administrativo, podendo culminar na expulsão da corporação. 
Após a deflagração da operação, o secretário de Segurança Pública e Defesa Social da Paraíba, Cláudio Lima, foi ameaçado por um dos presos na operação Squadre, deflagrada na madrugada desta sexta-feira (9) pela Polícia Federal e pela Polícia Civil. Um dos presos, que não teve o nome revelado, chegou a dizer a um policial federal que, quando ele saísse da cadeia, 'o secretário não iria mais pisar na Paraíba'. Cláudio Lima respondeu as declarações e disse não temer a ameaça: "Quem é policial, sabe desse risco. Isso não vai me amedrontar", revelou.
Foram expedidos 45 mandados de prisão, 11 conduções coercitivas e 19 mandados de busca e apreensão, totalizando 75 medidas judiciais. Cerca de 400 policiais participaram da operação.
Apesar da ameaça, o Secretário, Cláudio Lima, informou que não vai melhorar sua segurança pessoal: “Não melhorei e nem vou melhorar porque nós já temos um sistema de segurança. Quem entra nesse ramo não pode ter medo.”
O balanço da PF contabiliza ainda 16 armas apreendidas, cuja posse e porte levaram a 15 prisões em flagrante, além de cerca de 400 munições. Pela manhã, haviam sido cumpridos 11 mandados de condução coercitiva de pessoas (quando são levadas para prestar depoimento) e 19 de busca e apreensão de documentos. 
Os mandados de prisão foram cumpridos em João Pessoa, Bayeux, Cabedelo, Santa Rita, Alhandra, Mari e Cajazeiras, na Paraíba; e Recife e Petrolina, em Pernambuco. No bairro de Mandacaru, na Capital paraibana, os policiais invadiram uma casa na avenida Iaiá Paiva. A rua foi cercada, mas dois policiais militares que moravam no local não foram encontrados. O imóvel foi revistado e documentos foram levados.
De acordo com o delegado Milton Rodrigues Neves, da Polícia Federal, as milícias atuavam há vários anos, com indícios de casos datados em 2007. As investigações aconteceram durante um ano e foram feitas gravações telefônicas, vídeos e flagrantes das ações. Três grupos foram identificados: extermínio, segurança clandestina e corrupção, roubos e extorsões. Todos conectados com o crime de tráfico de armas e munições. A Polícia Federal acredita que os grupos são bem maiores, mas ainda não foi identificada e comprovada a participação de outras pessoas.  
O Objetivo da operação foi desarticular grupos de milicianos, compostos por integrantes de forças policiais locais e homens que atuavam como seguranças particulares clandestinos. De acordo com a investigações, eles atuavam em todo o Estado, realizando segurança privada clandestina com emprego de mão de obra não-habilitada, despreparada e portando armamentos ilegais.
Durante a investigação das organizações criminosas desarticuladas constatou-se, ainda, a prática de diversos crimes, dentre os quais o tráfico ilícito de armas, lavagem de dinheiro, extorsão, corrupção e a atuação de um grupo de extermínio. Entre os presos na 'Operação Squadre' estão integrantes de três diferentes milícias.


 Mais criminosos

Um grupo de extermínio era comandado por dois oficiais da Polícia Militar - Major Gutemberg e Capitão Nascimento. Segundo a PF, o grupo realizava segurança privada clandestina, bem como comércio ilegal de armas e munições, usando para isso uma empresa em nome de “laranjas”. O grupo, que contava também com o apoio de um delegado da Polícia Civil da Paraíba, é investigado, ainda, pela prática de crimes financeiros e lavagem de dinheiro.

Outra quadrilha de milicianos seria formada por policiais civis, policiais militares e um agente penitenciário, que atuava extorquindo traficantes de drogas, assaltantes de banco e outros criminosos. Os três grupos criminosos estão interligados pelo tráfico ilegal de armas e munições.


Preso na Operação
Preso na Operação


Preso na Operação
Créditos: 190PB
Cooperação
A investigação, coordenada pela Polícia Federal com o apoio do Ministério Público Estadual e da Secretaria de Segurança e Defesa Social da Paraíba, começou há cerca de um ano e sua execução contou com a participação do COT (Comando de Operações Táticas da Polícia Federal) e dos GPIs (Grupos de Pronta Intervenção da Polícia Federal) de diversos estados.

fonte: Portal da Correio

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