O soldado Andriê Herculano de Oliveira, da PM do Rio Grande do Norte, foi condenado a 34 anos e 6 meses de prisão pelo triplo homicídio ocorrido numa fazenda na zona rural do município de Brejo dos Santos, perto de Catolé do Rocha, em 2009. Os outros dois PMs do Rio Grande do Norte, também acusados da mesma chacina, foram absolvidos pelo Conselho de Sentença por falta de provas.
O julgamento aconteceu nesta terça-feira (13) na cidade de Campina Grande, no Estado da Paraíba (PB), pois não havia segurança suficiente para que o julgamento acontecesse na Comarca de Catolé do Rocha/PB. O juri começou por volta de meio dia e foi concluído depois das 22:00h.
Os outros dois policiais militares do Rio Grande do Norte, acusados do mesmo crime, soldados Everton Fernandes da Silva e Antônio Carlos Ferreira da Silva foram absolvidos. Um alegou que estava de serviço e o outro que estava de atestado médico.
A defesa dos policiais no Tribunal do Júri Popular em Campina Grande foi feita pelos advogados Gilmar Fernandes e Francisco de Assis, ligados a Associação de Praças da Policia Militar do Rio Grande do Norte, que lamenta a condenação do soldado Andriê Oliveira.
Andriê foi condenado pelas mortes de Veronaldo de Freitas Alves, o “Veronaldo Veras”; Ivani Veras de Freitas da Silva, mãe do Veronaldo; Francisco Luzinaldo da Silva, Caseiro da família. O crime foi motivado por vingança. As famílias dos dois lados vivem em guerra há muitos anos.
Além do policial, teriam participado do crime também Erinaldo de Oliveira Pereira, “Mongolóide”, que ontem pegou 37 anos, 10 meses e 15 dias de prisão. O quinto elemento a participar da chacina é Alan Evangelista das Neves, de 32 anos, que não foi julgado nesta terça-feira (13). Será levado ao banco dos réus numa outra ocasião.
Segurança – Para o julgamento acontecer em Campina Grande, a Policia Militar do Rio Grande do Norte mobilizou 40 homens do BOPE/RN. Os três PMs estavam presos no II Batalhão de Policia Militar, em Mossoró desde 2009, quando aconteceu o crime. Trata-se de uma guerra entre famílias do Alto Sertão da Paraíba e do Oeste do Rio Grande do Norte que já resultaram em dezenas de mortes.
O Crime
As execuções aconteceram no dia 6 de março de 2009, na zona rural de Brejo do Santos, que ficam entre as cidades de Catolé do Rocha, na PB, e Alexandria, no RN. Os acusados que vão Juri Popular usaram pistolas e escopetas calibre 12. O crime foi percebido pelos vizinhos no dia seguinte e assim começou o trabalho de investigação da Policia.
Como foi elucidado o crime
A Polícia Civil elucidou o crime a partir da prisão de “Mongolóide”. Antes de ser executado, Veronaldo Veras ligou para um parente e disse que estava esperando a visita de Mongolóide e seu primo, que é o soldado Andriê. Os dois iriam à casa de Veronaldo para negociar uma arma, pertencente ao PM do RN. No dia seguinte, os três moradores da casa foram encontrados mortos, vítimas de inúmeros disparos de pistola e escopeta. A primeira providência, com essa informação, foi localizar Mongolóide, que foi preso e delatou a participação dos outros.
A prisão dos PMs
Os soldados Andriê Herculano de Oliveira, Ewerton Fernandes da Silva, o “Bio”, e Antônio Carlos Ferreira da Silva, o “Carlão”, foram presos em Mossoró, em ocasiões diferentes. O primeiro a ser colocado detrás das grades foi Andriê, cujas provas iniciais do envolvimento eram mais robustas, na manhã do dia 7 de março. Andriê se apresentou para trabalhar no II BPM e recebeu a ordem de prisão.
Na casa dele, foram apreendidas balas de calibres 380 e 357, além de cartuchos para escopeta de calibre 12, uma pistola de calibre 380 com três carregadores, todos sem registro oficial, e uma coronha de espingarda de calibre 12. Os calibres eram idênticos aos das armas utilizadas na chacina.
Menos de uma semana depois, os soldados Bio e Carlão também foram presos, em Mossoró. O primeiro deles se apresentou no II BPM, enquanto o outro recebeu voz de prisão ao se apresentar para o serviço na Cadeia Pública Juiz Manoel Onofre de Sousa.
O trio foi encaminhado para o quartel do Comando-Geral da Polícia Militar, em Natal, onde ficou preso durante o período da investigação. Eles foram transferidos de volta para o II BPM e continuam presos, esperando o julgamento.
O último acusado a ser preso foi Alan Evangelista das Neves, localizado no interior do Ceará, durante uma abordagem feita por policiais rodoviários federais. Ele estava em uma motocicleta com placa adulterada e acabou preso. A moto pertencia a um mototaxista que havia sido assassinado e foi encontrado sete dias depois, em abril de 2009.
Tanto ele quanto Erinaldo de Oliveira Pereira, “Mongoloide”, o primeiro a ser preso, continuam à disposição da Justiça, esperando o julgamento, que deve acontecer nesta terça-feira, em segurança, na cidade de Campina Grande, no Estado da Paraíba.
fonte: A Notícia Bom Sucesso com Retrato do Oeste
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