Crianças comendo no chão e bebendo água de cisterna, escola sem banheiro, salas multisseriadas. Estas foram algumas das irregularidades encontradas em escolas do município de Tavares (a 429 quilômetros de João Pessoa), pertencente à Comarca de Princesa Isabel, que foram fiscalizadas pela Promotoria de Justiça e equipe do Centro de Apoio Educacional às Promotorias da Educação.
Segundo o promotor de Justiça Márcio Gondim, o caso mais grave foi constatado na Escola Estadual Sítio Olho Dágua. Há 23 anos a escola funciona em um galpão minúsculo, não tem banheiro e a fiação é exposta. A merenda é preparada em uma casa comum que fica a 1km da escola por uma pessoa que não é servidora pública. Além disso, alunos da educação infantil e do ensino fundamental estudam no mesmo ambiente, o que não é permitido pela legislação.
Na Escola Municipal Alexandrina Félix de Sousa, na zona rural de Tavares, os alunos bebem água de cisterna. Segundo informações do Caop da Educação, a diretora explicou que a água era filtrado, mas o filtro encontrava-se sem vela. Além disso, os próprios estudantes informaram que já se sentiram mal por causa da água. As crianças se alimentam no chão e, quando não tem merenda, comem caju retirados de um cajueiro dentro da escola. Os alunos disseram que já encontraram três cobras na cisterna.
Na Escola Municipal Ernesto Marques, foi constatado que as turmas também são multisseriadas funcionando em uma única sala, o piso está afundando. Na caixa dágua foi encontrada uma criação de girino. O mau cheiro da água foi sentido por toda a equipe de inspeção.
O promotor informou que vai convocar as Secretarias de Educação do Município e do Estado para firmar um termo de ajustamento de conduta. Caso isso não aconteça, ele irá ajuizar uma ação civil pública para obrigar Estado e Município a garantirem condições melhores à educação naquela localidade.
fonte: É Sertão com MPPB
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