segunda-feira, 8 de julho de 2013

Prefeitos defendem FPM na pauta das manifestações

Pollyana Dutra
Prefeitos paraibanos defendem que na pauta das reivindicações dos protestos realizados no País sejam incluídos temas como as quedas no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), a revisão do Pacto Federativo, e mais ações para amenizar os efeitos da seca no Nordeste.
Para o presidente da Federação das Associações dos Municípios da Paraíba (Famup), Rubens Germano, os manifestantes precisam criar foco e os debates precisam ser regionalizados.

“Não vimos nenhum movimento contra o que estão fazendo com os prefeitos com relação à seca. Os protestos começaram por causa do aumento das passagens, que foi a gota d’água”, afirmou. Buba Germano considera importante ouvir as ‘vozes das ruas’.
A prefeita de Pombal, Polyana Dutra (PT), disse que esta também é a hora de os prefeitos protestarem. “Quem de nós não está com um grito engasgado na garganta? A discussão do Pacto Federativo é interessante porque o bolo repartido entre a União, Estados e municípios é desumano. Principalmente para as cidades do Semiárido, que lutam constantemente contra a seca. É um bolo não igualitário. Devemos lutar por uma distribuição mais democrática”, destacou.
Segundo ela, além do Pacto Federativo, é importante auxiliar os municípios do interior para que se desenvolvam industrialmente e dependam menos de verbas do Governo Federal.
“Os recursos para Pombal são poucos. Na cidade a arrecadação de impostos também é pouca porque não temos indústrias. Está na hora de protestarmos pela distribuição igualitária do FPM, FPE e a questão da industrialização de cidades pequenas do interior, para se gerar outras rendas”, disse a prefeita.
Polyana destacou: “Compreendo que o poder público não é culpado pelo crescimento de uma cidade, ele organiza o município. Mas o que faz crescer é a indústria. Temos que incentivar a implantação de indústrias no semiárido para gerar economia”.
O prefeito de Camalaú, Jacinto Bezerra, defende que as manifestações também tenham foco no Nordeste. “Não vemos protestos pela conclusão das obras da transposição do rio São Francisco e por mais ações para convivência com a seca. Queremos obras estruturantes para o semiárido e uma discussão ampla sobre o tema”.
Jacinto Bezerra também comentou sobre as dificuldades financeiras do município. “Às vezes o Governo Federal faz um programa e quer a contrapartida das prefeituras, mas elas não têm estrutura nem como pagar”. Ele também frisou as consequências da seca na região.
“Por causa da estiagem, as pessoas são obrigadas a vender os animais a baixos preços, porque não tem como mantê-los. Existe uma distribuição de ração animal, mas não atende à demanda. A extinção de mais da metade do rebanho também preocupa e destrói a economia da região”, afirmou.
Para o prefeito de Caturité, Jair Ramos, os protestos que têm acontecido pelo País são necessários. “Infelizmente, aparecem vândalos durante o processo, mas as manifestantes são uma forma de os municípios conquistarem direitos, com mais investimentos em educação e saúde”. Jair Ramos estará presente à Marcha dos Prefeitos para cobrar melhorias para a cidade.

fonte: Portal da Correio

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