domingo, 10 de agosto de 2014

Contador da Telexfree diz que não desconfiou de pirâmide, segundo jornal

O contador da Telexfree nos EUA, Joseph H. Craft, disse à Justiça que não se deu conta de que a empresa agia sob esquema de pirâmide financeira. Ele disse, ainda, que só chegou a essa conclusão por volta de março, um mês antes de a empresa e oito executivos terem sido acusados. As informações são do jornal "The Boston Globe". Em 15 de abril, policiais federais fizeram uma busca na sede da Telexfree em Marlborough, Massachusetts. Na data, Craft foi pego tentando fugir com um computador e uma mala, e afirmou que era apenas um consultor da empresa e que estava coletando seus objetos pessoais.

Ao abrir a mala, no entanto, os policiais encontraram dez cheques no valor total de US$ 38 milhões. A informação está detalhada em um documento do Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos.
A Telexfree vende planos de minutos de telefonia pela internet (VoIP) e também é investigada no Brasil por suspeita de pirâmide financeira. A empresa está proibida de operar no país desde junho.
A formação de pirâmide financeira é uma modalidade considerada ilegal porque só é vantajosa enquanto atrai novos investidores. Assim que os aplicadores param de entrar, o esquema não tem como cobrir os retornos prometidos e entra em colapso. Nesse tipo de golpe, são comuns as promessas de retorno expressivo em pouco tempo.
Contador diz que não participou de atividades ilegais e que foi vítima
Craft é um dos acusados de fraude pelo órgão regulador de mercado dos Estados Unidos --a Securities and Exchange Commission (SEC), semelhante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) do Brasil.

Em depoimento prestado à corte federal em Boston, nesta semana, ele negou ter participado de atividades ilegais. Ele disse que prestou "serviços de contabilidade honestos e legítimos" para a empresa.
Disse, ainda, que "não foi informado sobre a real natureza das atividades do negócio e foi uma vítima das representações falsas pela maior parte do tempo em que trabalhou como contador da Telexfree".
Pessoas que se consideram vítimas podem entrar em contato 
O Departamento de Justiça do Estado de Massachusetts pede que pessoas que se considerem vítimas do esquema entrem em contato pelo e-mail: USAMA.VictimAssistance@usdoj.gov.

A Secretaria do Estado de Massachusets já tinha disponibilizado em seu site um formulário de reclamação para pessoas que se sentiram lesadas pelas atividades da Telexfree.
Empresa atua no Brasil desde 2012 e nega acusações
A Telexfree (Ympactus Comercial Ltda) atua no Brasil desde março de 2012, e começou a ser investigada no ano passado. Segundo a Justiça brasileira, a venda de planos de telefonia seria apenas uma fachada.

Em notas anteriores, a empresa disse que está se defendendo de forma vigorosa das acusações e que tem apresentado sua defesa juntando aos processos todos os documentos necessários, de modo que comprove a regularidade e a viabilidade econômica de suas atividades.

Fonte: Wscom com UOL

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