Uma operação conjunta da Polícia Civil com o Ministério Público da Paraíba cumpre, na manhã desta segunda-feira (18), três mandados de busca e apreensão para combater o comércio irregular de explosivos no estado e no Rio Grande do Norte. As informações preliminares são de que duas pessoas foram detidas e 25kg de explosivos apreendidos. Segundo as investigações, a dinamite era vendida em mineradoras e garimpos para grupos criminosos especializados em explosões de agências bancárias.
De acordo com o Ministério Público, os mandados foram cumpridos no Junco do Seridó e em Lagoa de Dentro, na Paraíba, e em um município do interior do Rio Grande do Norte. As investigações e a operação foram realizadas pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado na Paraíba (Gaeco) do Ministério Público, com o Grupo de Operações Especiais (Goe) e Grupo Tático Especial (GTE) da Polícia Civil.
Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão em Lagoa de Dentro, no Agreste paraibano, a operação prendeu em flagrante um homem que indicou onde era realizada a distribuição dos explosivos, levando a Polícia Civil a deter um empresário proprietário de uma mineradora, no município de Pedra Lavrada, no Seridó do estado. Ao todo foram apreendidos 25kg de nitron, explosivo utilizado para fabricação de dinamite artesanal, espoletas usadas para detonar o material e ainda duas espingardas.
De acordo com o delegado Gilson Duarte, o garimpeiro foi preso em flagrante e o empresário foi detido e liberado em seguida, por não haver flagrante nem material ilegal com ele. "O garimpeiro se tornou conhecido no meio vendendo os explosivos, pode-se perceber que eram facilmente adquiridos com ele. Já o empresário confessou que seria o fornecedor do garimpeiro, mas não havia elementos para flagrante e ele vai responder em liberdade”, afirmou o delegado.
Conforme o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários da Paraíba, este ano já foram registradas seis explosões em agências bancárias no estado. A última aconteceu no último sábado (16), em Queimadas, na região do Agreste. No ano passado, foram 29 explosões. Em 2011, foram 38 ataques do tipo, segundo o sindicato.
Segundo reportagem especial veiculada na Rede Globo na noite deste domingo (17), a região mineradora na região do Seridó paraibano realiza o comércio de explosivos a preços baixos. Com uma câmera escondida, o produtor da TV Paraíba conseguiu comprar 25 quilos de dinamite a R$ 260. Nas imagens, o suposto vendedor afirma que a quantidade de explosivos é suficiente para praticar cerca de 100 explosões.
O Exército, responsável por fiscalizar a fabricação, o comércio e o uso de explosivos, informou que no ano passado, pouco mais da metade das 1.070 empresas que têm autorização para usar explosivos foi fiscalizada. Ainda segundo o Exército, no ano passado foram registrados 60 casos de extravio de explosivos.
“Em 2012 foram realizadas 450 vistorias em empresas diferentes, 450 vistoriadas em todo o Brasil. Vistorias aonde o fiscal vai no depósito, vistorias para verificar indícios de irregularidades, vistorias realizadas para concessão, para revalidação: se a gente somar tudo isso, vai dar mais de 50%”, diz Achiles Santos Jacinto Filho, assessor da Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados do Comando do Exército.
fonte: G1 Paraíba
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