Em texto publicado no site da revista Época, o senador paraibano Cássio Cunha Lima (PSDB) defendeu que a legenda deve apoiar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo o tucano, participar do processo significa dar ouvidos às manifestações populares.
“Os partidos têm a obrigação de estar presentes nas ruas. Não para instrumentalizar nenhum movimento, como advertiu o presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas para cumprir, com humildade, sua obrigação de ouvir as pessoas, escutar seus anseios e dar respostas aos que protestam nas ruas”, escreveu.
Para Cássio Cunha Lima, Dilma Rousseff cometeu erros imperdoáveis em uma gestão. “Ela violou a Lei de Responsabilidade Fiscal. Ao atrasar pagamentos de benefícios sociais já liquidados aos bancos oficiais, contraiu empréstimos camuflados, segundo o Tribunal de Contas da União, o que a lei proíbe e pune. O governo segurou, até o fim das eleições, uma apuração de denúncias de suborno na Petrobras, o que configura crime de prevaricação. Fez “pedaladas fiscais” e financeiras – e a fatura nos chega em forma de inflação e juros em alta, ameaça de desemprego, perda de direitos trabalhistas e retração econômica”, argumentou.
Dilma Rousseff foi reeleita com 51,6% dos votos válidos no segundo turno das Eleições 2014. Ela disputou o cargo de presidente do Brasil com Aécio Neves, do PSDB. O processo eleitoral que reelegeu a petista foi classificado com “sem escrúpulos” por Cássio, que culpou o partido de Dilma pela onda de crises enfrentadas no país.
“É inegável que as ruas querem o impeachment. Ninguém pode desconhecer que a ira pública contra o PT e seu governo resvala também para a classe política. É preciso nos reciclarmos, todos, na atividade política, na capacidade de ouvir e de interpretar as ruas, e transformar o anseio social em leis e parâmetros para o país. É urgente redesenhar o Estado que queremos e como será sua relação com a própria cidadania”, defendeu Cássio.
O senador paraibano finalizou seu artigo dizendo que teme o fim da democracia caso medidas não sejam tomadas para atender a vontade popular. “Nosso desafio é evitar que a frustração com o governo se transforme em desencanto com o Brasil. E que a desconfiança com os políticos vire descrença com a política. Do contrário, as manifestações futuras talvez não apelem mais ao Congresso e aos políticos. A própria democracia sairá desacreditada. Talvez, derrotada”, concluiu.
Fonte: Portal da Correio
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